A Psicologia Infantil, embora muitas vezes subestimada pelos pais, tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento e para a educação infantil.
As crianças estão constantemente expostas às maravilhas – e também perigos, do mundo. Por isso, os pais devem ter bastante cuidado com os impactos que cada contato possui sobre a infância dos filhos.
Não se trata de colocá-los em uma bolha, já adiantamos, mas sim garantir que as crianças possam desfrutar cada experiência ao máximo, sem que isso gere impactos negativos ou traumas que podem se estender durante a vida.
Esse é apenas um dos papéis desenvolvidos pela Psicologia Infantil, cujo foco é cuidar da saúde mental das crianças.
A Psicologia Infantil não está restrita ao Psicólogo Infantil e às crianças. É algo que também envolve os pais, os avós, quaisquer responsáveis. O motivo é bastante simples: todos precisam aprender a lidar com a criança.
É complicadíssimo, para um pai ou uma mãe, replicar o modelo de criação com o qual esteve acostumado durante toda a vida. Quaisquer problemas podem ser refletidos na vida da criança, comportamentos, hábitos nada saudáveis e ideologias podem ser transmitidas de forma inconsciente.
Com isso, a criança passa a crescer com um exemplo nebuloso do seu papel, tanto como criança quanto como um futuro adulto. Muitas vezes, não compreende o que deve fazer para agradar, para sentir-se parte de um todo. Nisso, os comportamentos negativos começam a se sobressair; é a chamada “malcriação”.
Podemos ir além, ainda. Para uma criança, uma lista de tarefas pode se tornar uma obrigação terrível, um verdadeiro pesadelo. Nem sempre é falta de vontade de fazer acontecer, mas sim uma má compreensão do que é preciso realizar, como fazer, por onde começar, para quem pedir ajuda… Na escola, a criança sabe que pode recorrer ao professor, em casa, ela precisa sentir que tem o apoio dos pais.
Quando a criança sente-se segura em casa, confiante de que os pais estão lá para apoiá-la, parte em novas descobertas. A ludicidade está sempre presente durante a infância e precisa ser incentivada.
Esse incentivo colabora para o desenvolvimento das capacidades cognitivas da criança, pois a brincadeira serve como um aprendizado.
A escola traz conhecimento à criança, além da oportunidade de desenvolver as suas capacidades sociais, entrando em contato com outras crianças e várias pessoas diferentes. É um período importante, pois é onde a criança começa a ter uma noção mais clara sobre o seu papel naquele ambiente.
Nesse momento, todo apoio é bem-vindo. Os pais precisam ficar atentos a quaisquer sinais de descontentamento. O medo do desconhecido é natural, a vontade de ficar em casa também. É preciso encorajar a nova experiência e guiar os pequenos sobre como serão os primeiros dias, o que deverá ser feito etc.
Porém, tente não criar muitas expectativas. Deixe que a criança vá “se soltando” aos poucos e sentindo como é o ambiente. Deixe que ela crie suas próprias expectativas e noções nesse novo mundo.
O seu trabalho é observar. Se a criança começar a sentir-se desmotivada, triste e recusar-se a ir à escola, pode haver algo errado. É preciso entender o que está acontecendo e ter contato constante com os educadores.
As crianças se comunicam e sentem de uma forma diferente de nós, adultos. Elas, muitas vezes, não usam palavras para dizer como estão se sentindo. São olhares, pequenos gestos e atitudes que nos norteiam a respeito do que está acontecendo.
Não querer se alimentar, não querer sair de casa, parar de brincar subitamente; esses são sinais de que algo pode estar muito errado.
Por isso, é importante confiar em um psicólogo infantil para desvendar o que está acontecendo com a criança, mesmo que ela seja tímida e insista em não conversar. Com o passar do tempo, ela provavelmente se abrirá e tornará todo o processo mais fácil, tanto para si mesma quanto para os pais.
Uma Psicóloga Infantil pode ser procurada já nos primeiros anos, quando os pais têm essa consciência de que é preciso haver um acompanhamento.
É fundamental proteger a criança, ao mesmo tempo que ela é incentivada a conhecer novas experiências. O mundo, porém, pode ser cruel e, além disso, há vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças como a depressão infantil.
Essa doença, embora não seja popularmente conhecida por acometer as crianças, pode ser causada por uma disfunção em neurotransmissores e neuroreceptores, o que pode acontecer por fatores genéticos e hereditários.
Cada criança possui um organismo diferente e mudanças súbitas e drásticas na vida das crianças tendem a desencadear sentimentos confusos, ruins e até mesmo a depressão. Portanto, o acompanhamento é imprescindível.
Os pais também não estão livres de serem fatores que colaboram para os problemas psicológicos da criança. Por isso, é necessário que tenham consciência do seu papel como responsáveis e guiem a criança da melhor forma possível, deixando-a brincar e se divertir, além de a ensinarem e também aprenderem com ela.
Na escola, o papel dos educadores também precisa ser desempenhado com muita cautela. Os profissionais devem ser qualificados, com experiência nos cuidados infantis. Saber quando é a hora de deixar as crianças brincarem livres, exercitando suas capacidades motoras e realizando descobertas por si próprias é fundamental, pois esses momentos complementam os de educação assistida, onde há supervisão direta e instruções a serem seguidas sobre como e o que fazer.
Esse é o objetivo da Psicologia Infantil. Entender como a criança percebe o mundo ao seu redor e o próprio papel dentro dele, guiando os pequenos de forma segura, tranquila e livre de traumas, preocupações excessivas ou riscos à sua saúde.