O processo de alfabetização de uma criança mudou muito, se pensarmos nos últimos 20 anos. Com novas tecnologias chegando em uma base anual, o comportamento dos pequenos mudou, assim como sua forma de aprender.
Duas décadas são suficientes para comparar como as coisas eram diferentes lá atrás. Ensinar uma criança a ler era um processo muito mais lento e trabalhoso, muitas vezes exclusivo na sala de aula, especialmente para regiões mais carentes e famílias com pouco ou nenhum acesso à educação de qualidade.
O processo de alfabetização – antes e agora
Na virada do século, a internet não era 10% do que é hoje. Já havia avançado bastante, em comparação com o período de sua criação, mas estava longe de ser o aglomerado de informações que qualquer um pode acessar.
Em meados de 2000, tínhamos mais familiaridade com livros, as pesquisas eram feitas em bibliotecas, jornais e revistas. A criança tinha MUITO material físico para leitura em mãos. Tudo bem, para quem cria os filhos com livros e quadrinhos em casa, esses materiais ainda estão amplamente disponíveis. Porém, essa não é a realidade de todas as pessoas no Brasil.
Segundo o CENPEC, estamos perdendo leitores. Porém, nem tudo é má notícia, pois dos 5 aos 10 anos de idade, cresceu o número de leitores no Brasil. Isso significa que o processo de alfabetização está relativamente seguro, apesar dos preços de livros, quadrinhos e revistas terem subido bastante nos últimos anos. O que deve ser observado, porém, é que o número de leitores é mais baixo nas classes mais baixas. E mesmo que isso não reflita diretamente a sua realidade, traz um cenário preocupante para o futuro do país.
O que mudou?
O processo de alfabetização ganhou novos aliados, mas também inimigos. Com a chegada dos celulares e tablets, ficou mais fácil acessar informações, ler e se informar. Contudo, as crianças também podem se distrair com mais facilidade, já que vídeos, redes sociais e jogos podem ser acessados a qualquer momento, ou mesmo emitir notificações que quebram o foco na leitura.
Ou seja, ao mesmo tempo que a leitura se tornou mais dinâmica, ela foi dificultada pelas tecnologias que deveriam torná-la mais fácil. Antigamente, quem lia um livro ou uma revista em quadrinhos não tinha tantos elementos para se distrair. Mas isso foi mudando, conforme o acesso à informação e tecnologia foi sendo facilitado.
Significa que a tecnologia é a vilã? Não. De forma alguma!
Isso significa que pais e educadores devem se unir para tornar o processo de alfabetização mais dinâmico, usar a tecnologia, mas tornar o processo de aprendizagem da criança independente desses avanços.
Como garantir a alfabetização infantil e criar bons hábitos
Desde muito cedo, a criança será exposta a músicas infantis, vídeos infantis, conteúdos do YouTube e até brincadeiras infantis. Está tudo bem, faz parte do que a criança precisa para se desenvolver. Porém, é importante lembrar que nem só de TV, smartphone e computador vive a aprendizagem e a brincadeira.
A criança tende a ficar cada vez mais presa no mundo tecnológico, seja porque seus pais trabalham muito, ou porque é conveniente deixar que elas usem estes meios para se divertir. Porém, educadores e pais precisam fornecer meios alternativos para a diversão e o aprendizado.
- Brincadeiras
- Jogos de tabuleiro
- Interações familiares
- Aulas que utilizam exercícios e o corpo
- Trabalho em equipe
Essas são algumas das alternativas mais práticas para aplicar no dia a dia. A escola, por exemplo, pode e deve utilizar a tecnologia para aprimorar o processo de alfabetização. Mas, é preciso explorar outras frentes, garantir que a criança interaja com outros alunos e tenha uma experiência que desenvolve todas suas capacidades motoras e mentais.
Assim, ela cresce conhecendo várias formas de aprender e se divertir, sem ficar dependente da tecnologia. O celular deixa de ser uma preocupação e se torna um aliado.
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